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Suplemento alimentar: herói ou vilão?

Nesta semana, a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a comercialização de suplementos alimentares à base de creatina e cafeína, produtos que, até então, eram vendidos sob a forma de medicamentos. O primeiro, indicado para o tratamento de distrofia muscular. Já a creatina, na composição de remédios para dor de cabeça. Com a decisão do órgão, estes produtos passam a ser comercializados, sem qualquer tipo de restrição, em lojas especializadas na venda de suplementos alimentares.

No entanto, a Anvisa reconheceu que estes produtos devem ser evitados por pessoas comuns e consumidos apenas por atletas de alto rendimento, ou seja, que têm o esporte como principal atividade. Para a Vigilancia Sanitaria, uma alimentação balanceada e rica dos mais diversos nutrientes já é o suficiente para satisfazer a necessidade fisiológica, até mesmo daqueles que praticam atividades físicas regularmente. Embora haja restrições ao seu uso, porque os suplementos alimentares são tão consumidos por pessoas que não são atletas? Quais os riscos?

A busca pelo “corpo perfeito” tem levado muitas pessoas às academias. Somado aos exercícios, está o consumo, muitas vezes inadvertido, de produtos que prometem definição e aumento muscular, redução dos níveis de gordura, entre outros benefícios. São os suplementos alimentares. A falta de informação e a crença no “milagre suplementar” são os principais motivos do sucesso desses produtos entre os não-atletas. Muitos acreditam que o simples fato de fazer uso de um poderoso suplemento alimentar é suficiente para garantia de músculos mais volumosos e definidos.

Embora, à base destes produtos seja matéria-prima natural, muitos dos nutrientes produzidos pelo próprio organismo, uma dosagem exagerada pode sobrecarregar órgãos, principalmente, o fígado e os rins. Outros sintomas comuns à overdose suplementar envolvem o coração, provocando taquicardia e arritmia cardíaca. Quando usados de maneira correta, em pequenas dosagens e sob orientação médica, aliados à boa alimentação, os suplementos alimentares são extremamente saudáveis e geram resultados positivos. Já o uso em altas doses é uma bomba-relógio, prestes a explodir.

Uma boa alimentação, em horários bem determinados, é mais importante que um bom suplemento.

Então qual a combinação perfeita entre saúde e suplemento alimentar? Essa resposta é individual, já que a combinação depende da atividade de cada individuo, do seu modo de vida e seus hábitos diários, portanto, o uso do suplemento e a sua forma de uso variam de pessoa para pessoa. Não há uma regra definida. O que se tem ao certo é que, se sua atividade física é intensa e há uma grande gasto energético e calórico, a ingestão suplementar deve ser calculada para suprir essa perda. No caso de uma atividade leve ou moderada o cálculo de consumo deve ser feito para garantir que a perda seja suprida, mas que não haja excesso de ingestão. Em ambos os casos é fundamental a orientação médica, nutricional e o acompanhamento de um preparador físico.

Usar suplemento alimentar por modismo ou por acreditar que a ingestão destes produtos é o segredo da boa forma física, é um grave erro. Manter o corpo em forma exige disciplina alimentar, exercícios corretos e regulares, descanso e, nos casos de atividades intensas, uso de uma suplementação. Mas o principal segredo é paciência. Não se ganha músculos ou perde gordura da noite para o dia, é preciso suar a camisa, se alimentar de forma saudável e ter calma, acima de tudo.

Por Jeferson Soares

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